16 de maio de 2010

Soares dos Reis

Manuel Soares dos Reis nasceu no dia 11 de Março de 1910 em Penafiel.
Começou a jogar futebol no pequeno clube da sua terra, o Egas Moniz F.C., mais tarde, entre os anos de 1926 e 1927 passou a defender a baliza do Sport Club Penafiel, isto até mudar de ares e passar a vestir a camisola do Leça F.C. ainda no mesmo ano de 1927. Na temporada de 1931/32 e por força de ser obrigado a cumprir o serviço militar obrigatório em Lisboa, aceitou jogar no C.F. Belenenses, clube onde conquistou o Campeonato de Lisboa. Na época de seguinte e já regressado ao Norte de Portugal, Soares dos Reis foi contratado pelo Boavista F.C.
No inicio da temporada de 1933/34 foi contratado pelo Futebol Clube do Porto.
A estreia com a camisola dos Dragões aconteceu no dia 12 de Novembro de 1933 no Campo do Bessa onde os portistas e o Leça F.C. empataram 1-1, numa partida a contar para a 1ª jornada do Campeonato do Porto da época de 1933/34.
Foi o primeiro guarda-redes internacional do Futebol Clube do Porto.
Dono da baliza dos Dragões durante sete temporadas, desde 1933/34 a 1939/40.
Venceu por seis vezes o Campeonato do Porto e fez parte do plantel portista que venceu o primeiro Campeonato da I Liga em 1934/35 e foi ainda Campeão de Portugal em 1936/37 e Campeão Nacional em 1938/39.
Em 1986, quando já contava com 76 anos, contou: “A maior parte dos jogadores não aparecia aos treinos. Uns porque trabalhavam, outros porque se alimentavam mal e não podiam esbanjar as energias que guardavam para os jogos oficiais”.
“Para mim era terrível jogar fora de casa. O publico estava junto de nós e tratava-nos do piorio. Tínhamos de jogar em duas frentes, defendendo os remates dos avançados e os do público. E os destes eram, muitas vezes, bem mais dolorosos”.
“O lugar de guarda-redes foi sempre ingrato. Depois dele, só há a baliza, o golo. Uma coisa posso dizer: não havia «frangos» nem «chapéus». O guarda-redes saia mais da baliza do que sai hoje. Eu era decidido: ou ia ou não ia”.
Foi ainda o primeiro guarda-redes português a defender um penalti em jogos oficiais de provas nacionais, quando no dia 20 de Janeiro de 1935 parou o remate do seu antigo companheiro Bernardo que alinhava no C.F. Belenenses e assim foi preponderante para o jogo que terminou com um empate 1-1 entre os portistas e os azuis de Belém.
Soares dos Reis nas sete épocas em que esteve ao serviço do F.C. Porto conquistou 10 Títulos e disputou 128 jogos oficiais.
Depois de deixar o futebol ainda continuou ligado ao F.C. Porto nos Corpos Directivos.
Faleceu no dia 15 de Abril de 1990 e encontra-se sepultado no Mausoléu do F.C. Porto no cemitério de Agramonte

Palmarés
3 Campeonatos Nacional da 1ª Divisão (Portugal)
1 Campeonato de Portugal
6 Campeonatos do Porto
1 Campeonato de Lisboa

7 comentários:

Anónimo disse...

Grandes valores teve sempre o F. C. do Porto e,pelo que se pode ler pela História do F C Porto, este foi um guarda-redes valoroso, internacional e... campeão pelo Porto. Dele se conta (em livros) que se treinava a caçar coelhos à mão, ou seja a atirar-se para os agarrar e experimentando assim a sua agilidade... curioso, não é?!
Como o Helton precisava de se aplicar assim...!

dragao vila pouca disse...

Não conheci e por isso o que posso dizer é o que leio, aqui e nos outros blogs sobre a história do F.C.Porto.

Essa dos coelhos é curiosa, muitos anos depois Meirim utilizava galinhas...Se calhar inspirou-se nos coelhos do Soares dso Reis.

Um abraço

Anónimo disse...

PJ identificou suspeitos de ameaçar árbitros

Crimes terão ocorrido ao longo dos últimos oito meses. Polícia fez buscas em Portugal continental e nos Açores

A Polícia Judiciária constituiu arguidos nove jovens adeptos de «um clube de Lisboa», da principal Liga, suspeitos de injúrias, coacção e ameaças sob quatro árbitros de futebol profissional, durante os últimos oito meses.

Fonte da PJ disse à agência Lusa que os arguidos, «antes dos jogos do clube em causa, coagiam e faziam ameaças à integridade física e de morte aos árbitros nomeados e aos seus familiares».

A mesma fonte adiantou que, por agora, «não há indícios que levem a polícia a considerar que se tratam de elementos de claques organizadas, com instruções do próprio clube».

«Não temos elementos que provem o envolvimento do clube. Porém, as investigações continuam para apurar as relações entre os nove arguidos e a eventual ligação com o clube de Lisboa», disse a fonte policial.

Os factos, adiantou a mesma fonte, ocorreram por ocasião de vários jogos desse clube a contar para o último campeonato de futebol e foram os próprios árbitros que os denunciaram à PJ.

As ameaças eram feitas por telemóvel, nomeadamente por SMS, tendo esta quinta-feira a PJ realizado nove buscas domiciliárias, em Paredes, Rio Tinto, Tondela, Lisboa e Ponta Delegada.

Nas buscas foram apreendidos 11 telemóveis, três computadores, vários suportes físicos com registo de dados informáticos e documentos.

Os arguidos foram sujeitos a Termo de Identidade e Residência, a mais ligeira medida de coacção
_in tvi 24___________

Mas isto é gravissimo.
Porque a cs não dá relevo?!
Qual foi o clube??
E fizeram-no a soldo de alguém e de forma organizada ???!!!!

Antonio P.Cardoso disse...

Fui vizinho dele no Carvalhido onde morávamos, embora bastante mais novo, nasci em 1942, guardo dele uma grande recordação.
Ensinou-me a cantar o hino do F.C.P., e quando passava por mim na rua a caminho de casa, dava-me "dois tostões" para eu cantar...
Foi por este meio que me fiz Portista

Anónimo disse...

Alguém me pose confirmar se é o mesmo guarda-redes que esteve no Belenenses na época de 1931/32? Eu penso que é mas não tenho a certeza...
Parabéns pelo blog, está muito bom!
Luís Silva

Manuel Soares dos Reis disse...

Posso confirmar que foi guarda redes do Belenenses nas epócas 1930/31 e 1931/32 e da seleção de Lisboa.

Unknown disse...

Como seu sobrinho neto, mais neto que sobrinho pois foi ele que criou a minha mãe, posso garantir que dos 27 anos que com ele convivi em bases diárias, o maior desgosto que lhe dei foi não ter seguido as suas pisadas na baliza do FCP. Ele bem tentou. Desde que eu tinha 3 anos que me levava às Antas para ver os jogos lá em baixo no campo, atrás da baliza, para eu prestar atenção ao trabalho dos guarda redes. Levou-me para as camadas jovens e fui testado em todas as posições. Mas infelizmente não nasci para o futebol apesar do meu 1,97m ser uma vantagem na baliza. Pelo menos viu-me a jogar andebol pelo FCP ao mais alto nivel durante algum tempo. Na altura o futebol era um desporto na verdadeira acepção da palavra. Fica a memória de um grande senhor que, como todos nós tinha os seus defeitos, mas uma grande integridade.